sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Áreas de Conservação de Moçambique

Áreas de Conservação de Moçambique

A Rede Nacional das Áreas de Conservação, dirigida pela ANAC, tem sob a sua gestão 7 parques nacionais, nomeadamente Quirimbas, Gorongosa, Mágoè, Bazaruto, Limpopo, Zinave e Banhine, e 12 reservas nacionais, sendo Niassa, Gilé, Marromeu, Lago Niassa, Chimanimani, Pomene, Malhazine, Ponta de Ouro e a Reserva Biológica de Inhaca, a Zona de Protecção Total de Cabo de São Sebastião, e a Área de Protecção Ambiental das Ilhas Primeiras e Segundas. Encontram-se, igualmente, no quadro de gestão da ANAC outras categorias de áreas de conservação, como é caso de coutadas oficiais e fazendas de bravio destinadas ao desenvolvimento do turismo cinegético como também as 3 Áreas de Conservação Comunitária de Mitchéu. Tchuma Tchato e Chipanje Chetu, e as Reservas Florestais.


Esta diversidade biológica de que Moçambique dispõe através da sua rede de áreas de conservação, confere-lhe uma diversidade biológica muito rica, congregando ecossistemas distintos, tanto terrestres como marinhos. Esta diversidade de ecossistemas, joga um papel importante no fornecimento de serviços ambientais.

Em Moçambique, a gestão das áreas de conservação é feita pela Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), entidade sob tutela do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER).
Parque Nacional do Limpopo
Não obstante os constrangimentos representados pela pressão populacional e pela exigência de terras para os vários projectos económicos, a percentagem do território nacional que é dedicado à conservação tende a crescer, com a declaração de novos parques e reservas. Este facto notável mostra a consciência que o país tem das suas responsabilidades na preservação do património natural com que foi dotado.

Um dos grandes desafios com que Moçambique se confronta no seu esforço para consolidar a sua rede de áreas de conservação – que representa neste momento perto de 25% da área terrestre do território nacional – é o da falta de financiamento. Os rendimentos próprios dos parques e reservas, incluindo as receitas de concessões turísticas, são ainda modestos e as alocações do orçamento do Estado são manifestamente insuficientes. Calcula-se que, em 2014, a contribuição da comunidade internacional cobriu cerca de 81% do custo de funcionamento do sistema nacional das áreas de conservação, estimado em 18 milhões de USD.


“A conservação da biodiversidade não é apenas um trabalho para o Governo. Organizações governamentais e não-governamentais, o sector privado e todo e qualquer indivíduo tem um papel importante na mudança de mentalidades e de comportamentos destrutivos.”

sábado, 4 de novembro de 2017

Fauna do Parque Nacional da Gorongosa

Fauna do Parque Nacional da Gorongosa

O Parque Nacional da Gorongosa localiza-se no extremo sul do Grande Vale do Rift Africano, um vasto e verdejante vale que se estende desde o Norte de África até à Gorongosa. Devido à sua localização, existem poucas barreiras que separam a Gorongosa de outros ecossistemas não muito distantes. Por esse motivo, não é provável que as zonas baixas das planícies da Gorongosa alberguem muitas espécies que não se possam encontrar noutras áreas.

A Serra da Gorongosa, por sua vez, é uma montanha isolada com uma riqueza de habitats únicos onde vivem muitas espécies que não se podem encontrar em mais nenhum outro lugar da Terra. A exploração científica da Serra da Gorongosa apenas está no início, e já foram descobertas algumas espécies novas para a ciência ou únicas para este lugar tão especial. 

Devido à sua localização geográfica, o Parque Nacional da Gorongosa possui os mais variados tipos de habitats na região, e logo, a fauna é diversificada e abundante.

Embora a maioria das espécies de mamíferos de grande porte tenha sido severamente reduzida, nenhuma das espécies que existiam antes foi extinta, o que significa que a diversidade de espécies e o habitat ainda estão intactos.


Grandes rebanhos de antílopes de diferentes espécies podem ser encontrados no parque. Os leões e elefantes são vistos, mas seus números ainda são baixos para encontros frequentes.

Apesar de muita da vasta população herbívora do parque ter sido dizimada durante os anos de guerra e de caça furtiva, quase todas as espécies naturalmente características da região, incluindo mais de 400 tipos de aves, acabaram por sobreviver. Com uma gestão efectiva e reintrodução de espécies-chave, as populações de vida selvagem voltarão a contar-se segundo valores naturais e ajudarão a restaurar o equilíbrio ecológico do parque.



















segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Avifauna de Moçambique

Avifauna de Moçambique


O número de espécies de aves identificadas em Moçambique é de 735 (MICOA, 2006). A maioria destes pássaros é migratória e pode ser encontrada nos países vizinhos. Ecossistemas de água doce e regiões húmidas são sítios importantes para aves aquáticas migratórias e residentes.

O Complexo de Marromeu comporta uma das maiores comunidades de aves aquáticas de Moçambique. De particular destaque é o grande pelicano branco (Pelecanus onocratalus) e o pelicano cinzento africano (Pelecanus rufescens), corvo marinho de faces brancas (Phalacrocorax carbo), cegonha de bico amarelo (Mycteria ibis), cegonha de bico aberto (Anastomus lamelligerus), ibis sagrada (Threskionris aethipoicus) e muitas espécies de garças.
Esta área também suporta um número de espécies de patos bravos (pato-ferrão; irere; marreca-peba) e milhares de aves migratórias paleárcticas e intra-Africanas, incluindo flamingos, que dependem deste tipo de habitat. Um número de espécies nos diferentes habitates do Complexo de Marromeu está em perigo ou ameaçado ou é de valor comercial (Bento e Beilfuss, 2003).

Uma grande variedade de habitates costeiros proporciona condições favoráveis para forragem e reprodução de muitas espécies de aves. As lagoas costeiras são potenciais focos de diversidade de espécies de pássaros (Parker, 2000).

Muitas espécies de pássaros endémicas, raras e ameaçadas conhecidas, estão associadas a habitates montanhosos isolados, particularmente os inselbergs, os montes Chiperone e Namuli, Serra Mecula, Massiço da Gorongosa e Chimanimani.
A maioria das ameaças às espécies de pássaros está ligada a actividades humanas: desmatamento, caça (séria ameaça a espécies de grande porte tais como a avestruz), negócio de pássaros engaiolados, usos na medicina tradicional e uso de venenos para a protecção de culturas alimentares contra insectos e animais problemáticos. A degradação de planícies inundáveis e das áreas húmidas associada à exploração de recursos hídricos para agricultura e construção de barragens pode afectar negativamente as populações de pássaros dependentes desses habitates (Parker, 2000; Bento & Beilfuss, 2003, www.iucnredlist.org).


sábado, 30 de setembro de 2017

Animais em Risco de Extinção em Moçambique

Animais em Risco de Extinção em Moçambique

Moçambique conta com mais de 300 espécies de mamíferos em risco de extinção, segundo revela o Quinto Relatório Nacional da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

Das espécies moçambicanas mais ameaçadas no grupo dos mamíferos constam o Rinoceronte Branco (Ceratotherium simum), Rinoceronte Preto (Diceros bicornis), Girafa (Girafa camelopardalis), Pala-pala Cinzenta (Hippotragus equinum), Chango da Montanha (Redunca fulvorufula) Chita (Acinomyx jutabus), Tsetsebe (Damaliscus lunatus) e Sitatunga (Tragelaphus spekei).

Não obstante este cenário vermelho, o Governo encetou esforços para a repovoação de algumas espécies de animais, reintroduzindo, por exemplo, o rinoceronte branco, a girafa e pala-pala cinzenta no Parque Nacional de Limpopo. E recolocou ainda as girafas na Reserva Nacional do Maputo.


No conjunto das tartarugas marinhas, todas as cinco espécies que ocorrem ao longo da Costa moçambicana estão incluídas na lista vermelha elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
As cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem em Moçambique são Tartaruga-Cabeçuda (Caretta caretta), Tartaruga-Olivacea (Lepidochelys olivacea), Tartaruga-Verde (Chelonia mydas), Tartaruga-Gigante (Dermochelys coriacea) e Tartaruga-de-bico-de-balcão (Eretmochelys imbricata). Todas são tartarugas marinhas.



Por outro lado, os dugongos estão seriamente ameaçados, sendo a população do Arquipélago de Bazaruto, na província de Inhambane, a que provavelmente representa a população mais viável na África Austral.